A crise econômica mundial, sentida com mais intensidade no Brasil em 2009, quando o Produto Interno Bruto caiu 0,2%, não diminuiu a vontade de o brasileiro empreender. Na verdade, ela cresceu de forma qualitativa, uma vez que os negócios gerados por oportunidade (quando a pessoa toma a decisão) superaram os por necessidade (quando é a sua única saída). É uma boa notícia, ainda mais quando se descobre que nos Estados Unidos a crise produziu efeitos contrários no empreendedorismo.
Os dados da pesquisa Global Monitor Entrepreneurship (GEM), divulgados nesta terça-feira (6 de abril), mostram que houve um inédito descolamento entre a evolução do PIB brasileiro e a taxa de empreendedorismo em estágio inicial. De 2002 até 2008, as duas curvas seguiam paralelas. Em 2009, não. No ano passado, o PIB caiu, mas o número de empreendedores cresceu.
O relatório GEM Brasil, produzido pelo Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade, levanta duas hipóteses para explicar esse descolamento. A primeira é que a crise atingiu setores mais dependentes de investimento (entre eles, os financiamentos externos, que escassearam) e de máquinas e equipamentos.
A indústria serve de exemplo. Mas para quem empreende planejando um novo serviço, baseado em uma nova ideia ou enxerga uma oportunidade para seu negócio, essas variáveis pesam menos. E a segunda explicação é que a crise teve efeitos negativos no emprego, que no Brasil crescia nos anos anteriores em ritmo acima da média. Pessoas desempregadas, muitas vezes, acabam empreendendo por necessidade.
Nos Estados Unidos, o que se deu é que houve uma drástica redução dos empreendedores por oportunidade, de quase 4 pontos porcentuais, e uma ligeira elevação nos por necessidade. A queda geral da taxa de empreendedorismo inicial entre os americanos caiu mais de 3 pontos porcentuais, atingindo os 8%.
No Brasil, essa taxa foi de 15,3%, recorde desde o início da série histórica de dez anos. “Com o crescimento recente e a melhoria nas instituições nacionais, o Brasil tornou-se um lugar com mais oportunidades para empreender do que os EUA”, assinala o relatório.
[Fonte]
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