quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Cultive a Iniciativa

Se você quer melhores resultados e deseja tornar seu ambiente de trabalho mais agradável e produtivo, precisa ter iniciativa. Parece óbvio que fazer e antecipar o que precisa ser feito é atitude fundamental a todo profissional, porém ainda há muita gente de braços cruzados diante da oportunidade de agir e mudar a realidade para melhor.


Para Floriano Serra, psicólogo, autor do livro A empresa sorriso e diretor de RH e qualidade de vida da Apsen Farmacêutica, isso acontece basicamente por três motivos: “Pode ser por desmotivação, ou seja, por alguma razão o profissional considera que ‘não vale a pena’ se esforçar, limitando-se a fazer o ‘feijão com arroz’. Outro motivo pode ser devido às características pessoais de insegurança, que bloqueiam a coragem e a boa ambição em crescer. E, por fim, geralmente o mais frequente, por medo de errar e ser criticado ou punido pelos superiores”.
 
No primeiro caso, é necessário que você faça uma reflexão sobre sua condição profissional. Talvez não goste de seu trabalho e precise procurar outra coisa, mas lembre-se de que, independentemente do tempo que pretende passar em um emprego, é fundamental realizar suas funções sempre da melhor maneira possível, pois é sua imagem que está em jogo.
 
Se sua falta de iniciativa acontece em função do segundo ou terceiro motivo citado por Floriano, precisa fazer uma análise para entender como você e sua posição se relacionam com os objetivos da empresa. Bob Nelson aconselha, no livro 1001 maneiras de tomar a iniciativa no trabalho, você a fazer alguns questionamentos para ser capaz de ter mais iniciativa. Pergunte-se:
 
Por que minha função foi criada? – Se souber a quais necessidades sua função precisa corresponder, conseguirá atendê-las com mais facilidade e ir além do que é exigido.
 
De que maneira minha função se relaciona com os outros na instituição? – Descubra com quem você interage e veja de que maneira pode contribuir.
 
Que oportunidades existem em meu cargo para que eu contribua com a companhia? – Ao saber de que maneira você ajuda sua empresa, é possível descobrir como contribuir ainda mais.
 
Como meu cargo está relacionado com o objetivo da organização? – A partir dessa resposta, você saberá as ações que deve colocar em prática para aumentar sua importância para a empresa.
 
Como empregar a energia Depois de responder as perguntas indicadas, será mais fácil superar seus medos e inseguranças, além de encontrar maneiras acertadas de colocar “a mão na massa”. E é a partir desses pontos que você começa a pensar em como e onde é mais adequado empregar sua energia.

De acordo com Raúl Candeloro, no livro Iniciativa, da coleção Atitudes, as pessoas esperam que você dê seu melhor em todas as situações: “Não é preciso permissão para se fazer um bom trabalho. Onde quer que esteja, seu chefe espera que sempre use seu discernimento e se esforce para fazer o que tem de ser feito a fim de que a empresa seja bem-sucedida”. Fazer bem-feito e estar atento às oportunidades de realizar ações antecipadamente são sempre fundamentais.

A iniciativa pode estar presente o tempo todo, em pequenas coisas, por exemplo: juntar o lixo do chão e colocá-lo na lixeira, no relacionamento com seus colegas, se prontificando, quando necessário, a ajudar alguém que esteja sobrecarregado e também na busca de grandes soluções que ajudarão a alcançar os objetivos da empresa.


Floriano ressalta que é importante entender como suas iniciativas serão úteis, e não fazer algo só por fazer. “Iniciativa não é adivinhação, e sim a capacidade de reunir informações, recursos e iniciar a ação necessária, mesmo antes de sua necessidade ter sido anunciada ou detectada”, explica. A maioria das pessoas tem uma rotina agitada e nem sempre consegue analisar os acontecimentos de maneira mais racional, ou seja, parar e entender como as ações refletem no todo. Assim, faz tudo automaticamente e, muitas vezes, também deixa de fazer. Confira algumas sugestões para evitar que sua iniciativa seja soterrada pelo restante de sua rotina:
  • Não adie. O melhor tempo para fazer o que precisa ser feito é o presente.
  • Priorize seu trabalho e faça o que é mais importante primeiro.
  • Não espere que outros façam o movimento inicial. Dê o primeiro passo sempre que algo precisar ser feito.
  • Não fique olhando de fora, participe do que acontece.
  • Aproveite as oportunidades.
Cultive a iniciativa Existem diversas ações que o ajudam a manter sempre alerta seu espírito de empreender e buscar soluções. O livro Iniciativa sugere algumas dicas para você:
 
Procure mais desafios em seu trabalho – Assuma mais tarefas, ofereça-se para ajudar os outros e peça para fazer parte de projetos ou equipes criadas a fim de resolver problemas urgentes. A curto prazo, essa estratégia talvez o deixe desgastado, mas, a longo, mostrará que é uma pessoa capaz e ávida para enfrentar desafios.
 
Pense como as coisas podem ser melhoradas – Veja como poderia organizar melhor seu trabalho. Entre um pouco mais cedo para planejar o dia, antes que todos cheguem ao local de trabalho. Quando lhe perguntarem alguma coisa, tente determinar a pergunta por trás dessa questão. Procure descobrir as necessidades não declaradas daqueles a sua volta para poder atendê-los e tornar mais fácil o trabalho deles.
 
Seja o pão-duro do trabalho – Procure sempre pensar em novas formas de economizar o dinheiro da empresa e cuide da verba da companhia como se fosse sua. Peça um segundo orçamento antes de fechar um contrato ou comprar material para o escritório. Verifique os custos¾benefício. Veja se alguém está interessado em prestar serviços para a empresa fora do trabalho, cobrando menos.
 
Faça perguntas que você considera bobas – Não existem perguntas bobas, mesmo que elas o pareçam na hora. A sua questão pode jamais ter sido feita ou, se foi, talvez as condições tenham mudado e a ideia agora seja mais viável. Questione por que as coisas são realizadas dessa maneira. Pergunte aos seus clientes se valorizam os programas ou serviços que são oferecidos e se estão dispostos a pagar mais por esses benefícios. Pergunte ao seu gerente como agir para se tornar um funcionário melhor.
 
Transforme as necessidades em oportunidades – Aprenda a ver as necessidades dos seus clientes e a pensar em como poderia atendê-las. Para cada uma, tente identificar três formas de atendê-la ou contorná-la e veja quem pode se beneficiar com a situação.
 
Desenvolva-se Para ter a iniciativa como uma de suas atitudes marcantes, é preciso investir em seu desenvolvimento. “Aumente sua autoconfiança e suas competências, estudando, lendo, pesquisando e vivenciando com intensidade tudo o que diz respeito a empreendedorismo, autoestima e proatividade”, aconselha Floriano. Para Robert Kelley, autor do livro Como brilhar no trabalho, os grandes especialistas em iniciativa fazem o seguinte:

  • Procuram assumir responsabilidades que estão além das esperadas na função que desempenham.
  • Empreendem um esforço adicional em benefício dos colegas de trabalho ou da empresa como um todo.
  • Atêm-se obstinadamente a uma ideia ou projeto e o seguem até que seja implementado com sucesso.
  • Correm de bom grado um certo risco pessoal ao assumir novas responsabilidades.
5 dicas para colocar a “mão na massa” Quer saber como colocar a iniciativa em prática? Confira cinco sugestões de Bob Nelson para traçar a estratégia de suas ações:
  1. Desmembre grandes tarefas em partes menores – É muito mais fácil atingir metas pequenas que grandes objetivos.
  2. Acredite em si mesmo – Os outros não podem lhe dar limites se você não deixar que façam isso.
  3. Seja positivo – A postura correta representa 90% da solução.
  4. Habitue-se a superar obstáculos – Quanto mais dificuldades você vence, mais estímulo obtém para avançar.
  5. Reveja as lições que aprendeu – Avalie como superou um obstáculo e como poderia se sair melhor da próxima vez. 
Fuja das desculpas Apesar de seus esforços, existem coisas que podem atrapalhar sua iniciativa, principalmente as desculpas. Conheça quais são as mais comuns:

Falta de tempo – Também chamada de montes de coisas para fazer, rotina, burocracia e necessidade de bater metas.
 
Recursos escassos – Se ganhar na loteria fosse condição para tomar a iniciativa, dificilmente teríamos saído das cavernas.
 
Desestímulos e negativas – Muitas pessoas dirão “não” ao seu sonho e criarão empecilhos.
 
Cultura de exclusão – As pessoas são forçadas a fazer escolhas sempre de curto prazo em detrimento do longo: pagar o aluguel e carro, reformar a casa e bater a cota de vendas do mês. O desejo e a iniciativa de algo diferente acabam ficando para depois.
 
Falta do hábito de sonhar – É uma decorrência dos outros. A rotina faz com que não sonhemos.
 

Karen Jardzwski é jornalista com pós-graduação em marketing. Durante três anos, foi editora da revista Motivação e, atualmente,gerencia o projeto Treinamentos Venda Mais.
E-mail: karen@editoraquantum.com.br

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